Filosofando com o velho Buk

"A verdade é que somos umas monstruosidades. Se pudéssemos nos ver de verdade, saberíamos como somos ridículos com nossos intestinos retorcidos pelos quais deslizam lentamente as fezes... enquanto nos olhamos nos olhos e dizemos: 'Te amo'. Fazemos e produzimos uma porção de porcarias, mas não peidamos perto de uma pessoa. Tudo tem um fio cômico."


'estranho: volta e meia deixar de foder é melhor que foder. apesar que posso estar enganado. em geral dizem que estou.'


"para linda king que me proporcionou e um dia há de me privar"


"Levo a morte em meu bolso esquerdo. Ás vezes, tiro-a do bolso e falo com ela : "Oi, Gata como vai? Quando virá me buscar? Vou estar pronto."


"Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo amém."


"O 'amor' é algo para o qual você precisa de penicilina.'Amar' é dar uma flor para um homem nú com piolhos no cabelo enquanto sua mãe esta sentada em casa com o coração partido.Você 'ama' os estranhos, não os pais."


"O amor é cheio de significados. O sexo é significativo por si só"


"Que anos penosos foram aqueles, ter a vontade e a nececidade de viver, mas não a habilidade."


"Crianças foram feitas para serem olhadas, não ouvidas"


"Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse?"


"Nenhuma dor significa o fim da sensibilidade; cada uma de nossas alegrias é uma barganha com o diabo ".


"...sentia-me contente por não estar apaixonado, por não estar contente com o mundo. Gosto de estar em desacordo com tudo. As pessoas apaixonadas tornam-se muitas vezes susceptíveis, perigosas. Perdem o sentido da realidade. Perdem o senso de humor. Tornam-se nervosas, psicóticas, chatas. Tornam-se, mesmo, assassinas."


"...e amor, pensando bem, não passa de uma espécie de palavrão."


"Intelectual é aquele que diz uma coisa simples de um jeito complicado. Artista é quem diz uma coisa complicada de um jeito simples."


"Acho que viver com mulheres loucas faz bem para a espinha"

"...
e então você se foi me deixando aqui num quarto com uma cortina rasgada
e o Idílio de Siegfried tocando no radinho vermelho
e você se foi tão rápido
tão subitamente quanto quando você veio
e quando eu estava limpando seu rosto e lábios
você abriu os maiores olhos que eu já tinha visto e disse "eu devia saber que era você"
e me reconheceu mas não por muito tempo

e um homem velho com pernas brancas e finas na cama ao lado dizia,
"eu não quero morrer," e seu sangue veio de novo
e eu o aparei com as mãos em concha tudo o que ficou das noites e dos dias também,
e o homem velho ainda estava vivo mas
você não estava,
nós não estamos.

e você foi como você veio,
você me deixou tão rápido
você já tinha me deixado várias vezes antes
quando eu pensava que isso me destruiria mas não
e você sempre voltava.

agora eu desliguei o rádio vermelho
e alguém no apartamento ao lado
bate uma porta a sentença final: eu não vou te encontrar na rua
o telefone não vai tocar,
e nenhum movimento vai me deixar em paz.
não basta que haja várias mortes
e que esta não seja a primeira;

não basta que eu viva mais muitos dias, talvez até muitos anos.
não basta.
o telefone é como um bicho morto que não vai falar.
e quando falar de novo será sempre a voz errada agora.

antes eu esperava e você sempre entrava porta adentro.
agora você vai esperar por mim."



"...quando o amor se transforma num comando, o odio pode transforma-se num prazer...."



Charles Bukowski