passei o dia inteiro pensando em coisas que eu gostaria de te dizer. coisas nada agradáveis. vontade de te ferir, te magoar, fazer você se sentir o último dos seres. sei que te e você não casam, mas foda-se a concordância, já que concordância é o que menos tenho na minha vida nesse momento.
estou aqui sentada em frente a lareira, e penso que gostaria de te ver queimar do mesmo jeito que a lenha, que se contorce e estala. o castigo, a dor, seria pouco perto do que sinto desde que você me deixou entrar na sua vida por cinco minutos. só para me descartar feito o cigarro que acabei de jogar às chamas.
hoje te odeio. queria te matar sem rastro. queria te entregar este desabafo, na esperança de que ele te fizesse sofrer e perecer. queria te espancar, te mutilar. queria bolar um plano diabólico para destruir sua essência,
sua inteligência,
seu corpo
e sua memória.
a culpa é toda sua. minto, sua e minha, pois enxerguei mais em você do que havia e permiti que você fizesse da minha alma o seu depósito de lixo. meu estômago dói. me revolta, fico doente ao lembrar o tanto de desilusão que você deixou em minha porta, filho da puta. porque perco meu tempo em conversas imaginárias com alguém que não merece me escutar.
odeio ainda alimentar boas e poucas lembranças do seu rosto, do seu sorriso, do seu papo alienado. odeio ter vontade de chorar todos os dias. me odeio por odiar você com tanta força e ao mesmo tempo com tão pouca vontade.
GOSTARIA DE GRITAR
tudo o que acabei de escrever nos seus ouvidos, tão alto que você jamais voltaria a ouvir. quero te ver aleijado, incapacitado, perdido, infeliz, impotente. quero te ver estragado, esquecido, desmemoriado, fodido.
talvez assim, você pudesse me deixar cuidar de você, te reabilitar, te amar.
TALVEZ ASSIM EU PUDESSE OUVIR DE VOCÊ QUE EU SOU A MELHOR COISA QUE APARECEU NA SUA VIDA.
entre tantos outros, esse fracasso é o que me tormenta: o de não conseguir te amar ou ao menos te esquecer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário